Risco Brasil: o que é e como é definido?

Por Redação Onze

Brasil

O Risco Brasil está no noticiário, na análise de economistas, na agenda de investidores e na pauta do governo. E não é por acaso, afinal, esse é um importante indicador, o que justifica a sua presença na ordem do dia de tanta gente.

Utilizado mundialmente, o Risco Brasil reflete o cenário econômico e financeiro do país para os investidores internacionais. Ou seja, serve como um termômetro da economia e aponta para o mercado estrangeiro o quão confiável é aplicar recursos por aqui.

Já ouviu falar do Risco Brasil, mas tem dúvidas a respeito? Então, siga a leitura para acabar com todas elas. Nas próximas linhas, você vai descobrir como o índice é medido, o histórico dos últimos anos e a marca registrada atualmente.

O que é Risco Brasil?

O Risco Brasil funciona como uma espécie de termômetro da economia brasileira. Ele mede o desempenho do país, considerando sobretudo o índice de risco, e serve como parâmetro para que os investidores estrangeiros decidam aplicar os seus recursos no Brasil.

O conceito risco-país é usado mundo afora como forma de expressar o cenário doméstico, especialmente dos mercados emergentes. A mensuração é, de certa forma, informal. Afinal, algumas das variáveis consideradas para o cálculo são meras especulações. Um exemplo de fator estimado são as turbulências políticas – assunto recorrente por aqui.

O medidor mais comum do Risco-Brasil é o Credit Default Swap (CDS). Para simplificar o entendimento, pense no CDS como um seguro. Ele protege as carteiras de crédito para que o investidor garanta o valor aplicado em caso de calote. E, quando há inadimplência, o CDS assegura uma indenização. Por conta dessa expertise na precificação dos títulos, o que o Credit Default Swap revela se tornou o índice mais usado atualmente. Ele é apresentado no formato de pontos, que representam a média ponderada dos prêmios atribuídos por títulos nacionais em relação aos rendimentos dos Estados Unidos, tido como um país de risco quase nulo. Os pontos altos são vistos como risco maior. Por sua vez, quando eles caem, a confiança tende a aumentar.

Origem e histórico do Risco Brasil

Embora muito se fale sobre ele, o Risco Brasil é relativamente novo. Sua medição teve início com a criação da metodologia EMBI+ (Índice de Títulos de Países Emergentes), idealizada em meados dos anos 90 pelo banco americano J.P Morgan. De lá para cá, há importantes marcos na história desse termômetro.

  • 1995: depois de um período com a inflação altíssima, as incertezas com relação ao desempenho econômico e financeiro do Brasil diminuíram devido à evolução do Plano Real, o que levou também à diminuição dos pontos
  • 2002: o Risco Brasil registrou seu maior nível, ocasionado pela crise financeira que assolou o mundo todo à época.
  • 2007: mínima histórica. O período foi marcado pela recuperação econômica mundial, depois de cinco anos vivendo uma situação desfavorável.

Com relação ao índice medido pelo CDS – o mais usado nos dias atuais – destacam-se:

  • 2013: menor pontuação registrada desde 2010
  • 2015: pontuação mais alta devido à recessão técnica que culminou na queda do PIB brasileiro.

O Risco Brasil hoje

Em outubro de 2019, o Risco Brasil registrou o menor nível desde 2013. Segundo o índice da CDS, o Brasil bateu a marca dos 117 pontos. Para comparação, em maio de 2013, era de 111. Os números, portanto, simbolizam a confiança dos investidores em relação ao cenário brasileiro no momento.

A Reforma da Previdência foi um dos fatores que influenciou o Risco Brasil para baixo. Outro foi a queda da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, que alcançou 5% ao ano. E tem ainda a trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos, o que trouxe um ânimo diferente para a economia mundial como um todo.

Fatores que influenciam no Risco Brasil

No tópico anterior, você já conheceu como diferentes fatores acabam afetando o cálculo do Risco Brasil. Então, vamos entender melhor essa influência agora.

Juros

As taxas de juros têm relação direta com o Risco Brasil. Quando elas estão menores e a inflação se mantém controlada, a população tem maior acesso ao crédito e passa a consumir mais. Dessa forma, há redução também nas chances de calote. E, se a produtividade é favorável e as indústrias conseguem acompanhar a demanda de mercado, o cenário econômico fica positivo.

Déficit fiscal

O déficit fiscal que, em linhas gerais, é a dívida pública acumulada, é fator crucial para a pontuação no Risco Brasil. O endividamento mostra o quanto o país tem dificuldade de se reerguer e movimentar a economia. A confiança dos investidores só melhora quando o mercado começa a apresentar receitas maiores e redução nos gastos. O sinal de crescimento sustentável, portanto, é que impulsiona índices melhores.

Câmbio

O câmbio e o Risco Brasil estão bastante interligados. Isso porque a taxa costuma acompanhar os níveis registrados. Normalmente, quando o risco diminui, a taxa de câmbio se valoriza. E vice-versa. A variação no câmbio pode ter relação com interferências internas, mas também pode sofrer alteração por fatores externos.

Cenário político

Por fim, temos a política, que é responsável por ocasionar os principais riscos do País. As incertezas nesse cenário geram instabilidade no mercado financeiro. As pautas discutidas e as medidas adotadas, por exemplo, ao afetarem a economia, transformam a percepção dos investidores. As turbulências políticas, como escândalos ligados à corrupção, também pressionam a movimentação dos números.

Gostou do conteúdo sobre Risco Brasil? Nessa jornada para cuidar melhor do seu dinheiro, conte com a Onze Investimentos e tenha acesso aos melhores produtos financeiros sem pagar taxas abusivas. Quer saber mais? Acesse o site e conheça os nossos produtos.