Como calcular a rentabilidade dos seus investimentos?

Por Redação Onze

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A rentabilidade é o retorno sobre o investimento feito. É, em outras palavras, o quanto você tem de lucro sobre o capital que aplicou em um determinado ativo financeiro. Assim, trata-se do ganho adicional que você teve sobre aquela quantia investida.

Ela pode ser dada de diferentes maneiras. Algumas aplicações têm taxas de retorno prefixadas (como alguns CDBs, por exemplo), em que o investidor já sabe o valor de retorno antes mesmo de fazer o investimento, ou pós-fixadas (como os títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, a taxa básica de juros), em que a rentabilidade está ligada a alguma taxa de referência. Há ainda a rentabilidade híbrida, que mistura as duas anteriores, com parte da rentabilidade fixada no momento da compra e outra parte atrelada a alguma taxa variável.

A taxa de rentabilidade é apresentada em pontos percentuais. É aquele número seguido do símbolo de porcentagem (X%) que está destacado ao lado de qualquer opção de investimento na plataforma de uma corretora.

Vale apontar que a rentabilidade é diferente da lucratividade, apesar de ser uma confusão comum no meio financeiro. No geral, lucratividade é o índice utilizado para apontar os ganhos de uma empresa sobre o faturamento, e não é relacionado a investimentos ou à rentabilidade de um investidor pessoa física.

Como calcular rentabilidade?

A forma mais simples de calcular a rentabilidade é esta:

Rentabilidade = (ganho / valor investido) – 1

Para tornar essa noção ainda mais clara, podemos usar como exemplo um investidor que aplicou R$ 1 mil em um título e, após dois anos, sacou R$ 1,2 mil. Seu ganho foi de R$ 200, ou 20%. Essa foi a rentabilidade que ele teve sobre o investimento. Mas esse número somente não basta para saber quanto você ganhou ao final do período. É preciso considerar, também, a inflação, as taxas e impostos.

Por que é preciso considerar a inflação no cálculo de rentabilidade?

A inflação causa um impacto direto no retorno de seu investimento, por isso é importante considerá-la para chegar ao seu ganho real. A inflação é o índice que mede a variação dos preços de produtos e serviços, e serve como indicativo do poder de compra da população. A lógica é a seguinte: o que se compra com R$ 100 hoje é diferente do que poderá ser comprado com R$ 100 no futuro. Se há um aumento no índice inflacionário, o poder de compra ficar menor, o que diminui também o valor da sua aplicação.

Para ficar mais claro, imagine o seguinte cenário: você colocou R$ 100 em um ativo que rendeu 8% ao final de um ano. Isso significa que você tem R$ 108, certo? Mas a inflação encerrou o ano na casa dos 4%.

É preciso descontar a inflação da rentabilidade. Isso significa que seu ganho real foi de R$ 104, ou metade do que parecia ser a rentabilidade inicial. É importante que o investidor fique atento à correção de preços, pois picos inflacionários podem corroer boa parte do rendimento das aplicações.

Por que é preciso considerar taxas e impostos no cálculo da rentabilidade?

Taxas e impostos também têm influência direta no ganho real sobre um investimento, e devem ser levadas em conta na hora de calcular a rentabilidade.

A taxa básica de juros, a Selic, é referência para grande parte das aplicações, especialmente as em renda fixa. O Banco Central é o responsável por estabelecer o valor da Selic e tem um comitê que se reúne mensalmente para decidir alterações na taxa. Desde março de 2018, a autoridade financeira tem mantido a Selic em 6,5%, o menor patamar da história.

O que isso significa?

A rentabilidade da maior parte dos investimentos também está sendo comprimida. Sendo assim, a cobrança de taxas tem um peso ainda maior. Por exemplo: quando a Selic estava em 14,25%, o que levava os rendimentos para o mesmo patamar, uma taxa de 3% podia não ser tão relevante. Comparando com o cenário atual, de 6,5%, uma taxa de 3% representa metade do que você eventualmente pode ganhar.

A dica é buscar taxas de administração ou corretagem mais baixas, especialmente para aplicações que rendem menos.

O mesmo vale para impostos. O valor pago em tributos também deve ser descontado da rentabilidade do investimento. Por isso, é sempre importante observar a melhor data de resgate das aplicações. O calendário de impostos costuma penalizar os investidores que sacam os recursos das aplicações em um curto espaço de tempo.

A melhor alternativa para evitar a mordida tributária é acompanhar as melhores janelas de retirada dos investimentos, ou optar por títulos que cobram menos impostos. As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), por exemplo, são isentas de Imposto de Renda.

Como avaliar se tive bons rendimentos?

Uma boa forma de avaliar se sua rentabilidade é boa é compará-la com o retorno de outros investimentos. No entanto, é importante sempre comparar aplicações com riscos e volatilidade similares.

Por exemplo, se você deseja investir em Renda Fixa, uma boa baliza são os títulos do Tesouro Direto. Quando você compra títulos do Tesouro Direto você está, na prática, emprestando dinheiro para o governo brasileiro. Por ser um ativo com garantia do Estado, que dificilmente dará o calote nos seus credores, o Tesouro Direto é considerado a aplicação mais segura do mercado – esse é o chamado risco soberano. Por isso, não faz sentido escolher outra opção de investimento se ela render menos e for mais arriscada que o Tesouro.

No mercado, essa prática é chamada de benchmark, que nada mais é do que usar como parâmetro alguma taxa que representa a rentabilidade média do segmento que deseja investir.

Já para aplicações de renda variável, um bom benchmark costuma ser o Ibovespa, índice que mede o desempenho médio das ações listadas na B3, a bolsa de valores brasileira.

Além de avaliar todos os fatores que citamos anteriormente, como as taxas e a inflação, o benchmark serve como um parâmetro para comparar a sua rentabilidade real e saber se fez um bom investimento.

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