Curva de Rendimento : O que é e como funciona?

Por Redação Onze

Curva de Rendimento

Na economia atual, um fator importante que detecta informações sobre a rentabilidade dos investidores é a taxa básica de juros. E isso fica mais evidente quando se estuda a curva de rendimento da taxa de juros para analisar os títulos do mercado financeiro.

Em outras palavras, pode-se dizer que os riscos do mercado são analisados pela curva de rendimento. Por isso, é importante entender como essa ferramenta funciona e o que oferece ao investidor.

O que é Curva de Rendimento?

Originada do termo em inglês “yield curve”, a curva de rendimento é conhecida como a curva da taxa de juros e é muito utilizada na área de finanças. É relacionada ao prazo de aplicação de um título para um determinado emprestador e o seu custo.

Assim, a taxa de juros oferecida representa isso. Para entender melhor, vamos usar um exemplo. A curva de rendimento pode ser formada pelas taxas de juros pagas para os papéis do Tesouro dos EUA. Assim, cada um deles terá um período de vencimento. Então, é formado um gráfico de curva da taxa de juros.

É a partir dele que pode ser feita a análise em relação às aplicações pois esse gráfico representa o período de um determinado investimento, desde o início da aplicação até quando atinge a sua maturidade.

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O que a Curva de Rendimento pode indicar?

Em resumo, pode-se dizer que a curva de rendimento é um cálculo matemático, baseado em um rendimento oferecido por um título ou uma aplicação em renda fixa.

Portanto, indica o aumento percentual do valor desse investimento ao longo do ano. Com isso, o percentual pago será de acordo com o que foi indicado na curva de rendimento, que geralmente cresce conforme o tempo de aplicação. Ou seja, quanto mais longo for o investimento, maior tende a ser o valor a ser resgatado.

Já a curva de retorno é a relação que existe entre as taxas de curto e de longo prazo. Graficamente, expressa a taxa corrente de retorno, formando a estrutura a termo da taxa de juros de títulos.

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Como fazer o cálculo?

No entanto, para fazer esse cálculo, o investidor deve analisar as taxas de juros feitas no início da negociação, para ao fim do gráfico, ter uma melhor comparação. Por exemplo, se o investimento tem juros de 15% ao ano, o percentual vira a taxa diária correspondente. Portanto, se adiciona diariamente ao valor real até a data de vencimento.

Mas vale lembrar que esse cálculo não pode ser feito diretamente em uma calculadora comum, baseado em 365 dias por ano. Pois são valores completamente diferentes. E para isso, deve-se utilizar um conversor de juros compostos.

Assim, o investidor terá um resultado exato de sua operação, pois é preciso uma modalidade própria para calcular a operação.

Como a Curva de Rendimento impacta os investimentos?

A curva de investimento pode afetar indiretamente na renda variável, mas por outro lado, terá um impacto direto nos investimentos realizados na renda fixa. Isso porque a marcação do mercado faz a atualização diária dos valores dos títulos de renda fixa.

Assim, quando ocorrem mudanças nas curvas de juros, há oscilações também da curva de rendimento. Em outras palavras, quando são apresentadas oscilações para cima ou para baixo, elas afetam o valor final da carteira do investidor. Por isso, ele pode ganhar ou perder valores conforme as variações observadas na curva de rendimento.

No entanto, os títulos pré-fixados são os rendimentos que sofrem os maiores impactos. Contudo, as mudanças nos preços de mercado só irão afetar o investidor se ele se desfizer desse título antes do vencimento. Por outro lado, se o investidor mantiver os seus investimentos de renda fixa até o vencimento do contrato, receberá os juros contratados normalmente, sempre que o fizer.

Curva de Rendimento invertida : veja o que ela pode indicar para a economia americana

A curva de rendimento invertida é conhecida como um um fenômeno no mercado de títulos. Ocorre quando as taxas de juros sobre os papéis de prazo mais longo caem abaixo dos juros sobre os papéis de prazo mais curto.

Historicamente, isso vem servindo como sinal de alerta de que uma recessão pode estar a caminho. No mercado dos Estados Unidos, ela permaneceu em meio a uma era de preocupação dos investidores, em meados de 2019.

Isso porque os rendimentos das notas de dois anos caíram abaixo dos de 10 anos pela primeira vez desde 2007 e a diferença entre os dois estava em -0,91 pontos básicos em agosto de 2019.

Essas curvas de juros invertidas foram vistas em Wall Street como um grande sinal de perigo para a economia. Com isso, houve um alerta do Bank of America Merrill Lynch para a alta de uma década de Wall Street, que também estaria sob ameaça.

O que aconteceu com a curva de rendimento nos últimos anos?

Durante o ano de 2017, a curva de rendimento do Tesouro dos EUA perdeu inclinação na maior parte do tempo pois houve um aumento dos rendimentos de curto prazo. Com isso, a curva de rendimento com menor inclinação passou a sinalizar um crescimento mais lento.

Já em 2019, o cenário era de discussão sobre a inversão dos diferentes vencimentos na curva de juros dos títulos dos EUA. Afinal, reforçou o alerta sobre o risco de recessão na economia da maior economia do mundo.

Em março de 2019, o rendimento dos juros de curto prazo ficou acima dos de longo prazo (de 10 anos). E posteriormente, os títulos do Tesouro americano de 10 anos passaram a negociar abaixo dos títulos americanos de 2 anos.

Previsão para 2020

Por outro lado, diversos analistas e economistas não acreditam que a atividade econômica dos EUA irá sofrer tanta inversão em 2020. E eles apontam três motivos para isso:

  • O endividamento do consumidor norte-americano continua saudável;
  • O Federal Reserve realizou corte de 50 pontos-base dos juros (atualmente entre 2% e 2,25%) em setembro de 2019 para proteger a economia do país da desaceleração da economia mundial;
  • A pressão do mercado força o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fechar um acordo comercial com a China, de modo que as incertezas sejam finalmente mitigadas.

A reação um tanto exagerada, segundo os economistas, ocorre porque a inversão das curvas de juros antecedeu uma recessão, por isso, assustou o mercado norte-americano.

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