Educação financeira e crianças: como ensinar sobre dinheiro

Por Redação Onze

educação financeira para crianças

Boa parte das pessoas tem dificuldade para organizar as suas finanças. Dados do SPC mostram que 43% dos brasileiros fecharam o ano endividados. O mesmo órgão havia mostrado, em 2017, que apenas 50% dos brasileiros sabem se organizar financeiramente.

Esses dados servem para evidenciar a falta que a educação financeira faz na vida pessoas, seja na escola ou dentro de casa. Muitas vezes os pais evitam falar sobre dinheiro com os filhos, mas, ao invés de protegê-los, eles podem acabar por transformá-los em adultos que não sabem lidar com dinheiro.

O processo de aprendizado é feito de tentativa e erro. Portanto, não seria melhor que nossos pequenos cometessem erros com dinheiro enquanto ainda são pequenos? Quando as perdas não são tão significativas?

Continue lendo esse artigo e confira algumas boas dicas de educação financeira para crianças para ajudar seus filhos a lidarem melhor com o dinheiro e se tornarem adultos mais responsáveis.



Educação financeira para crianças com até 6 anos de idade

Uma das ferramentas mais utilizadas na educação financeira para crianças é a mesada. Nós iremos falar mais sobre ela mais para a frente. Mas no caso de crianças menores de seis anos, elas ainda não conseguem entender muito bem o valor do dinheiro, e estão pouco interessadas nele.

A partir dos três anos de idade, você pode começar a dar pequenas quantias de dinheiro para os seus filhos (uma moeda de um real, por exemplo) e explicar que eles podem usar aquilo para trocar por um doce ou um brinquedo. É importante, já a essa altura, explicar a necessidade de escolher entre uma coisa e outra, não sendo possível ter as duas ao mesmo tempo. É o que na economia chamamos de custo de oportunidade.

Um cofrinho pode ser uma boa introdução ao hábito de poupar, mas opte por cofres transparentes. Os cofrinhos tradicionais não exercem o mesmo apelo visual para as crianças; elas não vem a quantidade de dinheiro aumentando lá dentro.

Você também pode ter um cofrinho só seu para ir poupando. Afinal, como em tudo, os filhos sempre se inspiram no exemplo dos pais. Conversar com seu (a) companheiro (a) sobre as despesas da casa perto dos seus filhos também é uma boa forma de mostrar para as crianças que economia e planejamento financeiro são um hábito para toda a vida.

Educação financeira para crianças de 7 a 13 anos

Nesta idade, as crianças já tem uma melhor noção do valor do dinheiro. Agora sim é um bom momento para estipular uma mesada ou semanada para seus filhos. A mesada é um dos primeiros contatos da criança com dinheiro, e pode ensinar ela a importância de economizar para conseguir aquilo que quer, a necessidade de fazer escolhas e também de arcar com elas.

Nas primeiras semanas, é interessante que você peça que a criança anote onde gastou o dinheiro recebido, assim ela aprende também a importância de contabilizar os gastos. Estimule seu filho a manter um cofrinho, guardando parte do dinheiro para comprar um brinquedo com valor mais alto no futuro. Fala para ele sobre objetivos para empreender aquele dinheiro no curto, médio e longo prazo.

Com certeza ela irá cometer muitos erros, mas é justamente assim que se aprende, Portanto, deixe ela errar (melhor agora do que quando ela for adulta).

Além disso é importante delegar algumas funções para que a criança comoece a associar o dinheiro ao esforço. A remuneração pode ser ligada a pequenas tarefas como manter o quarto arrumado, guardar os brinquedos e apresentar bons resultados na escola.

Não existe um valor ideal para essa mesada, ela pode variar de acordo com a capacidade financeira de cada família e também com os gastos que serão delegados a criança. Quais serão esses gatos irá depender da maturidade de cada criança. Coisas como albuns de figurinhas, lanches e transporte podem ser um bom lugar para começar.

E não se esqueça; brinque com seus filhos. Existem muitas formas lúdicas de ensinar a criança a mexer com dinheiro, como jogos de tabuleiro, por exemplo. Neles existem regras a serem seguidas e que, caso quebradas, apresentam consequências. Jogos como o Banco Imobiliário e o Jogo da Vida, que lidam com dinheiro de mentira, são excelentes instrumentos para falar sobre a necessidade de economizar, empreender, investir e etc…



Educação Financeira na Adolescência

A adolescência pode ser uma fase dolorosa, mas também de muito aprendizado. A essa altura, seu filho já conhece o funcionamento do dinheiro e também a sua relação com o trabalho. Esse é um bom momento para você abrir uma conta para que ele administre e pela qual ele seja resposnável.  Assim, ele vai se familiarizando com o ambiente bancário e fica mais preparado para, posteriormente, lidar com quantias maiores.

Ensine os seus filhos sobre os riscos do cartão de crédito, como ele deverá pagar tudo o que comprar com ele, ou então irá gerar juros que podem ocasionar dívidas astronômicas mais para frente. Explique também os riscos do cheque especial e de depender de empréstimos.

E o mais importante, permita que ele erre. Se ele gastou todo o dinheiro que recebeu e agora quer ir á um show mas não pode pagar, isso pode ser doloroso no momento, mas numa ocasião futura provavelmente ele irá se planejar melhor.

Às vezes é difícil ver o adolescente tendo de arcar com as consequências de suas escolhas quando você pode facilmente solucionar o problema, mas ele tirará dessas situações o aprendizado necessário para impedir que ele cometa os mesmos erros no futuro.

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