Gestão Patrimonial: saiba o que é e como realizar

Por Redação Onze

A Gestão Patrimonial, além de ser um processo burocrático obrigatório, é uma ferramenta essencial para manter o controle de custos e o acompanhamento patrimonial de uma empresa. Isso porque as informações resultantes desse processo irão informar a quantidade e a qualidade do patrimônio do seu negócio, permitindo um planejamento de investimentos que considerem as necessidades reais da organização.

Apesar de ser essencial para a gestão da empresa, a gestão patrimonial é, muitas vezes, deixada em segundo plano pelas organizações. Conheça neste artigo todos os benefícios de realizar esse processo — e entenda porque é um risco não fazê-lo.

Por que realizar a gestão patrimonial na sua empresa?

A gestão patrimonial está diretamente ligada à saúde do negócio, já que basicamente permite ao gestor conhecer e administrar o real valor da sua companhia, fazendo um balanço de custos por meio do levantamento dos bens ativos e passivos da empresa.

A partir deste levantamento, é possível identificar não só os pertences físicos da empresa (seja de mobiliário, imobiliário, veículos, estoque, equipamentos) como também sua situação financeira, como contas a receber, dívidas, empréstimos e impostos, para citar alguns.

Como resultado, o gestor pode determinar desde o melhor momento para adquirir produtos, realizar a manutenção em equipamentos, troca de mobiliários ou fazer investimentos em novas instalações, e até mesmo identificar a capacidade da empresa de gerar lucro ou perder dinheiro.

Em resumo, é uma importante ferramenta administrativa que fornece subsídios para tomada de decisões, otimizando o gerenciamento do patrimônio da empresa e garantindo que esteja sempre em ascensão.

Fazer a gestão patrimonial também significa trazer credibilidade e segurança jurídica à organização, uma vez que o controle dos bens evita possíveis riscos como desvios de recursos ou omissão de receita, o que pode gerar multas, impostos, processos administrativos ou até sanções da Receita Federal.

Agora que você entendeu o que é e porque é importante realizar a gestão patrimonial nas empresas, vamos conhecer como ela é colocada em prática dentro de uma companhia.

Como é realizada a gestão patrimonial?

A gestão patrimonial começa com o levantamento da quantidade e valor dos ativos (bens e direitos) e passivos (dívidas e obrigações) da empresa. Como esta é uma tarefa complexa, deve ser feita em etapas e geralmente conta com a ajuda da tecnologia, como o uso de planilhas eletrônicas de balanço patrimonial e aplicativos específicos que fazem a integração entre os setores da instituição.

Vamos conhecer abaixo cada passo do percurso.

Quais são e como são as etapas da gestão patrimonial?

As etapas para se colocar em prática a gestão patrimonial variam de acordo com o tipo de empresa ou setor, mas seguem essencialmente estes quatro passos:

  1. Inventário de bens: Listagem de todos os ativos imobilizados da empresa. É feito por meio de placas, adesivos ou fichas, além do registro fotográfico, descrição e localização de cada bem. A checagem deve ser constante, realizada a cada descarte, alienação ou compra de novos itens;
  2. Avaliação dos ativos: aqui é identificado o custo de reposição, pelo seu valor justo (preço que seria recebido ao vender um ativo) e o residual (que se espera receber pelo bem no fim de sua vida útil);
  3. Avaliação da vida útil dos ativos: nesta etapa, se atribui aos bens a sua vida útil econômica (vida útil real que a empresa espera utilizar o bem) e a vida transcorrida (o tempo que o bem já foi utilizado e a vida remanescente, ou seja, o tempo que o bem ainda será utilizado);
  4. Conciliação entre físico contábil: neste passo é feita uma comparação entre os dados da base contábil com as informações obtidas no inventário físico. Assim, é possível identificar bens contabilizados sem a existência física, ou bens existentes sem o registro contábil. São gerados três relatórios (são eles: bem conciliados, sobras contábeis, sobras físicas).

Finalizadas as etapas, normalmente as empresas realizam também o Teste de Impairment ou Teste de Recuperabilidade do Ativo, que identifica a deterioração ou desvalorização dos ativos. O objetivo do teste é garantir que o valor contábil registrado do bem seja recuperável pela sua venda ou uso.

Embora possa ser feito por qualquer empresa, este teste é mais comum nas de grande porte (com receita bruta anual maior que R$ 300 milhões ou ativo total superior a R$ 240 milhões), que tem por obrigação a análise em relação à recuperação de valores que foram registrados no imobilizado da empresa, conforme a Lei Nº. 11.638/07.

Como identificar e entender os ativos imobilizados?

Como vimos até aqui, realizar uma gestão patrimonial é conhecer a quantidade e o valor dos ativos e passivos da empresa, e a partir disso, administrá-los. Parte importante desta gestão, portanto, é a identificação correta desses ativos, que podem ser classificados em diferentes tipos.

Entre eles, estão os Ativos Circulantes, que podem ser disponíveis (dinheiro em caixa ou nos bancos) ou realizáveis (valores a receber, bens e direitos). Já os Ativos Não Circulantes são aqueles que permanecem por mais tempo na empresa e são utilizados para o funcionamento da companhia. É nesta categoria que se encontram os Ativos Imobilizados da empresa, que podem ser, por exemplo:

  • Móveis;
  • Imóveis;
  • Maquinários;
  • Materiais de escritório;
  • Veículos;
  • Equipamentos de informática;
  • Softwares;

Portanto, os ativos imobilizados são aqueles que têm expectativa de utilização a longo prazo dentro da empresa. Neste caso, o longo prazo caracteriza-se pelo período de mais de um ano de uso, no mínimo, considerando o último balanço realizado.

Além disso, os ativos imobilizados devem trazer benefícios ao empreendimento, seja pela geração de renda ou pela otimização do seu uso. Acontece que, apesar de essenciais para o dia a dia da organização, é comum que esses ativos estejam depreciados ou sendo mal aproveitados diante da sua capacidade de operação.

É aí que entra a importância da gestão patrimonial, que permitirá identificar, classificar, monitorar, repor e prestar contas desses ativos. Ou seja, administrá-los para que tenham o máximo de aproveitamento, sendo rentáveis desde sua aquisição até o final de sua vida útil dentro da empresa.

Dessa forma, se bem realizada, a gestão patrimonial pode mudar a realidade de uma empresa. E você, já conhece e controla o valor real do seu negócio?