Revolução da inteligência artificial no RH: o que já é realidade e o que vem por aí

Por Redação Onze

inteligencia artificial no rh

Longe de substituir o trabalho do homem, essa tecnologia é a principal aliada dos profissionais de RH na evolução da performance e gestão ágil do capital humano.

Por isso, reunimos tudo o que você precisa saber sobre a inteligência artificial no RH:

  • Como a IA está revolucionando o RH
  • Panorama da inteligência artificial nos Recursos HUmanos
  • Impactos atuais da IA no RH
  • Tendência para o futuro
  • Case de sucesso da IA no RH
  • Afinal, a IA ameaça o profissional de RH?

Siga a leitura e entenda o status dessa tecnologia no RH.

Como a inteligência artificial está revolucionando o RH

Antes de mergulhar no universo da inteligência artificial no RH, vamos esclarecer o que significa esse termo, segundo o Dicionário Oxford: “A teoria e desenvolvimento de sistemas computacionais capazes de desempenhar tarefas que requerem aspectos da inteligência humana como percepção visual, reconhecimento de fala, tomada de decisão e tradução entre linguagens.”

Ou seja: a criação de “máquinas inteligentes” capazes de interpretar dados, aprender tarefas e atingir objetivos específicos, seguindo os padrões do raciocínio humano.

No início, a inteligência artificial era usada para fazer cálculos e conversões, mas o avanço da tecnologia permitiu a evolução para sistemas com redes neurais, análise de dados e processamento de linguagem natural. Hoje, esse conceito serve como base para inúmeras aplicações comerciais, contribuindo com a performance em diversas áreas de negócios — entre elas, o RH.

Para você ter uma ideia, o mercado global de softwares baseados em inteligência artificial movimentou US$ 9,5 bilhões em 2018, de acordo com dados da Tractica publicados no Statista. Mas o mais impressionante é a projeção de crescimento: o setor deve atingir US$ 169,41 bilhões até 2025, crescendo a um CAGR de 55,6%.

No RH, a inteligência artificial já chegou ao recrutamento e seleção, ao treinamento e desenvolvimento, gestão de pessoas e todas as atividades que você imaginar. Com os softwares e ferramentas que usam algoritmos inteligentes, os profissionais da área já conseguem automatizar a análise de currículos, personalizar treinamentos, medir níveis de engajamento e prever comportamentos de colaboradores.

Basicamente, eles estão usando o poder de aprendizado e interpretação de grandes volumes de dados das máquinas para agilizar seu trabalho e gerenciar melhor os talentos da organização. Assim, sobra mais tempo para se dedicar às questões estratégicas do RH, enquanto os computadores cuidam das tarefas repetitivas e impulsionam a gestão data-driven.

Segundo o vice-presidente de People Analytics da IBM, Tom Stachura, em citação do The Business Case for AI in HR, publicado em 2018: “A IA é uma aceleradora: ela nos dá a habilidade de digerir uma enorme variedade de dados e fornece um panorama completo aos decisores, colaboradores e líderes. Ela nos permite entregar a inteligência certa no momento certo e personalizar em grande escala.”



A inteligência artificial no RH em números

De acordo com a pesquisa The Current and Future State of AI in HR, publicada pela HR.com em 2019, 75% dos profissionais de RH ao redor do mundo concordam que a inteligência artificial é a tecnologia mais crítica para o futuro da área. Ao mesmo tempo, 30% dizem que a IA já faz parte de seu cotidiano, principalmente nas tarefas de análise de dados, acompanhamento de KPIs e treinamentos.

Em relação ao potencial de mudança, a IA terá impacto decisivo sobre as seguintes áreas, segundo o estudo:

  • People/Workforce Analytics (82%)
  • Aquisição de talentos (64%)
  • Treinamento e desenvolvimento (55%)
  • Controle de ponto (54%)
  • Gestão de desempenho (53%)
  • Tecnologias de gestão do capital humano (50%)
  • Planejamento estratégico de RH (42%)
  • Comunicação (39%)
  • Gestão de pessoas (39%)
  • Programa de benefícios (39%)
  • Reconhecimento e engajamento (35%)
  • Retenção de talentos (33%)
  • Compliance (32%)
  • Inclusão e diversidade (21%)
  • Bem-estar (20%)
  • Liderança (14%).

Já o relatório Future of HR 2020, publicado pela KPMG, revela que 56% dos profissionais de RH veem a inteligência artificial como o maior desafio para o futuro da área, principalmente no que diz respeito à capacitação dos colaboradores.

Por fim, uma pesquisa da MHR Analytics, publicada em 2019, mostra como anda a evolução da inteligência artificial no RH no Reino Unido em números:

  • 11% das empresas já medem o engajamento de seus colaboradores com técnicas de analytics avançadas baseadas em IA, como a detecção de sentimentos, e 50% pretendem investir nessas técnicas
  • 30% afirmam que a análise preditiva e machine learning vão ajudar no planejamento sucessório das lideranças e planos de carreira
  • 45% dizem que a inteligência artificial será útil para detectar fraudes na folha de pagamento, relatório de despesas e timesheet
  • 48% afirmam que pretendem usar a IA para prever os níveis de retenção de talentos ou identificar os riscos de turnover
  • 42% já tomam decisões baseadas em dados no RH.

Está acontecendo: 5 impactos da inteligência artificial no RH

Confira alguns dos principais movimentos da IA no setor de Recursos Humanos:

1. Recrutamento inteligente

Uma das áreas mais impactadas pela inteligência artificial no RH é o recrutamento e seleção. Há inúmeras tarefas com potencial de automatização nos processos seletivos, começando pela triagem dos currículos e perfis.

Com uma ferramenta baseada em IA, é possível filtrar um grande número de candidaturas a partir dos requisitos da vaga em segundos, selecionar candidatos com competências específicas, agendar entrevistas automaticamente e muito mais.

Assim, o tempo para contratar diminui e a qualidade das contratações aumenta, além da melhora significativa na experiência do candidato.

2. People/Workforce Analytics

People/workforce analytics é a nova dimensão da gestão de pessoas otimizada pela inteligência artificial. Na prática, significa a análise avançada de dados dos colaboradores, utilizando algoritmos para compilar e processar informações sobre seu comportamento, habilidades e intenções.

O objetivo é substituir a intuição dos profissionais de RH por dados concretos sobre os funcionários da empresa, capazes de mostrar como anda o engajamento, mapear perfis e identificar tendências sobre os talentos.

3. Experiência do colaborador avançada

A inteligência artificial também soluciona os principais desafios da experiência do colaborador. Para garantir uma experiência única, o RH utiliza a IA para personalizar o relacionamento com cada colaborador.

Isso pode ser feito por meio de pesquisas avançadas que coletam dados sobre a percepção dos colaboradores, tecnologias de processamento de linguagem natural que captam sentimentos em mensagens e e-mails, ou mesmo chatbots (robôs de conversação) que avaliam a interação com a empresa.

4. Treinamentos personalizados

A área de treinamento e desenvolvimento é um terreno fértil para a inteligência artificial no RH, pois cada vez mais é preciso oferecer experiências de aprendizagem sob medida.

Hoje, as soluções de IA são usadas para alinhar as habilidades dos colaboradores com os objetivos do negócio, personalizar treinamentos e permitir que cada profissional se desenvolva no seu ritmo.

Alguns exemplos são as plataformas gamificadas, soluções de microlearning e ferramentas que analisam dados sobre competências e sugerem caminhos de qualificação individualizados.

5. Comunicação efetiva

As máquinas inteligentes também estão poupando o tempo do RH com perguntas frequentes e suporte aos colaboradores, melhorando a comunicação interna e a transparência.

No caso, os chatbots e assistentes virtuais ficam responsáveis pelo atendimento das principais dúvidas e compartilhamento das informações da empresa, mantendo o diálogo sempre aberto com as pessoas.



O que vem por aí: 3 tendências da inteligência artificial no RH

Não é fácil acompanhar a velocidade da transformação da inteligência artificial no RH.

Veja três dos principais pontos para manter no radar:

1. Análises preditivas

Com o avanço da inteligência artificial no RH, o próximo passo é aumentar a precisão das análises preditivas — análises de dados passados que buscam simular cenários futuros.

Com isso, será possível prever o índice de turnover, níveis de engajamento, gaps de competências, entre outros fatores-chave e tendências do capital humano.

2. Novas profissões

O futuro da inteligência artificial no RH também aponta para novas profissões que vão intermediar a relação entre humanos e máquinas.

De acordo com o  estudo 21 Jobs of the Future, publicado em 2018 pela Cognizant, as máquinas inteligentes não vão substituir o trabalho humano, pelo contrário: vão criar posições inéditas nas empresas.

Entre as profissões do futuro para o RH, estão o Analista de Comportamento Corporativo”, responsável por analisar dados comportamentais dos colaboradores, e o “Diretor de Ética e Humanização”, encarregado de garantir um uso justo e humano dos dados coletados.

3. Menos viés inconsciente e mais diversidade

Há quem diga que a inteligência artificial no RH pode causar problemas ao categorizar pessoas — às vezes, injustamente —  a partir de seus dados, mas as tecnologias estão evoluindo para contornar esse problema e alcançar o efeito contrário: reduzir o viés inconsciente e aumentar a diversidade nas empresas a partir dos dados.

A premissa é que os algoritmos serão capazes de avaliar os candidatos unicamente por suas competências e compatibilidade com a vaga, eliminando qualquer preconceito e análise equivocada do recrutador, por exemplo.

IBM: um case de sucesso da IA no RH

A IBM é uma das empresas pioneiras em inteligência artificial no RH, que aplica o conceito desde o recrutamento até o plano de carreira. Em seu relatório The Business Case for AI in HR, a empresa detalha como utilizou a tecnologia em diferentes áreas do RH:

  • Experiência do candidato: a empresa criou um chatbot chamado Watson Candidate Assistant (WCA), que torna o processo de candidatura mais dinâmico e aumentou a conversão de candidatos de 12% para 36%
  • Gestão de pessoas: para melhorar a gestão de talentos, a IBM utiliza a IA para criar alertas personalizados, que avisam os gestores quando um colaborador está pronto para uma promoção ou quando há risco de desligamento da empresa, por exemplo
  • Avaliação de desempenho: cada colaborador da IBM tem acesso ao seu próprio “perfil de competências” em uma ferramenta baseada em IA, e pode acompanhar sua evolução, avaliação de desempenho e recomendações de novas habilidades em tempo real.
  • Plano de remuneração: outra ferramenta é dedicada à análise de dados e recomendações para o plano de remuneração, cruzando dados do mercado de trabalho com a avaliação de desempenho dos profissionais para sugerir o salário ideal
  • Treinamento e desenvolvimento: na área de T&D, a IBM utiliza um marketplace de aprendizagem personalizado, com treinamentos gamificados e progresso individualizado — como resultado, 98% dos colaboradores cumprem mais de 60 horas de capacitação ao ano.



Afinal, a inteligência artificial ameaça o profissional de RH?

Depois dessa viagem pela inteligência artificial no RH, você já deve imaginar que essa tecnologia não ameaça o profissional da área. É justamente o oposto: a IA agiliza o trabalho do profissional e amplia suas oportunidades de atuação, principalmente nas áreas mais estratégicas do negócio.

Por isso, os algoritmos vieram para ficar e a tendência é que evoluam cada vez mais para facilitar o trabalho das pessoas e impulsionar a performance do RH.

Nas palavras de Bertrand Dussert, VP de Transformação do Capital Humano na Oracle, em entrevista à HRTech Outlook:

“A própria natureza do RH determina que sempre haverá espaço para o elemento humano. Enquanto a IA agrega a informação necessária para responder às questões-chave sobre a força de trabalho, os profissionais de RH sempre estarão lá para prover a intuição e qualificação necessária para aplicar corretamente os insights da tecnologia”.

E agora, ficou mais claro para você o papel da inteligência artificial no RH? Essa mesma evolução tecnológica inspirou a Onze a revolucionar os planos de previdência corporativos, trazendo mais valor para o colaborador e atratividade para a empresa. Para conhecer melhor a Onze, continue acompanhando nossos conteúdos.